Fernando Trabach Filho, administrador de empresas, observa que os BRICS têm desempenhado um papel crescente na reorganização da economia global. Ao reunir cinco grandes economias emergentes – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — o grupo busca mais representatividade nas decisões mundiais e desafia estruturas dominadas por países desenvolvidos. Esse movimento evidencia como os BRICS estão moldando a nova ordem econômica mundial com iniciativas próprias e cooperação multilateral.
Como os BRICS estão moldando a nova ordem econômica mundial e propondo novos modelos
O bloco vem se consolidando como uma alternativa às instituições financeiras e comerciais tradicionais, como o FMI e o Banco Mundial. Para isso, criou o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), que financia projetos de infraestrutura e sustentabilidade nos países-membros. Além disso, discute o uso de moedas locais nas transações comerciais, buscando reduzir a dependência do dólar.

Essas iniciativas indicam um reposicionamento estratégico. Ao propor novos modelos de governança global e ampliar sua voz em fóruns internacionais, os BRICS contestam a hegemonia ocidental e tentam equilibrar o poder econômico entre diferentes regiões do mundo.
Integração comercial e expansão estratégica do bloco
Nos últimos anos, as trocas comerciais entre os membros do grupo aumentaram, com destaque para a China, que se tornou a principal parceira de todos os demais países do bloco. Investimentos em logística, energia e inovação têm fortalecido laços econômicos e promovido maior autonomia frente às economias centrais.
O Brasil, por sua vez, tem encontrado nos BRICS oportunidades para diversificar suas exportações e atrair investimentos em setores-chave, como infraestrutura e agricultura. Segundo Fernando Trabach Filho, essa cooperação permite ao país reduzir sua dependência de mercados tradicionais e buscar novas formas de crescimento sustentável.
Interesse de novos países e fortalecimento da influência global
A influência do bloco também se expressa no interesse de outras nações em aderir à aliança. Países como Arábia Saudita, Irã, Egito e Argentina manifestaram o desejo de integrar os BRICS. Esse movimento indica a confiança no modelo alternativo que o grupo propõe, baseado na multipolaridade e na soberania dos Estados.
A eventual ampliação reforçaria a capacidade do bloco de negociar acordos internacionais, influenciar decisões geopolíticas e ampliar sua relevância nos debates sobre comércio, meio ambiente, segurança e desenvolvimento. De acordo com Fernando Trabach Filho, essa diversificação tende a tornar o grupo mais plural, representativo e resiliente.
Desafios internos e a busca por convergência
Apesar do avanço, os BRICS enfrentam desafios de alinhamento. As diferenças políticas, os níveis de desenvolvimento e os interesses nacionais nem sempre convergem. Disputas geopolíticas, como a tensão entre China e Índia, impõem obstáculos à unidade plena.
Ainda assim, o grupo mantém o foco em pautas comuns, como a reforma de organismos multilaterais e a promoção de um sistema econômico mais justo. O sucesso dessa abordagem depende da capacidade de conciliar autonomia com cooperação estratégica. Fernando Trabach Filho reforça que, para manter a relevância, é essencial preservar o diálogo contínuo e a atuação conjunta.
Considerações finais
Os BRICS estão moldando a nova ordem econômica mundial ao propor uma visão alternativa à estrutura internacional vigente. Com ações coordenadas em comércio, finanças e diplomacia, o bloco demonstra que economias emergentes podem ter protagonismo nas decisões globais.
O fortalecimento dessa aliança depende da superação de divergências internas, da construção de agendas conjuntas e do engajamento com outras regiões. Fernando Trabach Filho acredita que, com planejamento e equilíbrio, o bloco pode consolidar um novo modelo de cooperação internacional, mais inclusivo e representativo da diversidade econômica do século XXI.
Autor: Rollang Barros Tenis