Desafios regulatórios e tributários na integração das energias renováveis: uma análise de Leonardo Siade Manzan

By Rollang Barros Tenis 5 Min Read
Leonardo Siade Manzan apresenta os obstáculos regulatórios e fiscais que impactam a integração das fontes renováveis.
Leonardo Siade Manzan apresenta os obstáculos regulatórios e fiscais que impactam a integração das fontes renováveis.

A integração das energias renováveis ao sistema nacional é um processo complexo que envolve questões técnicas, jurídicas e fiscais. Segundo Leonardo Siade Manzan, compreender a interação entre regulação e tributação é essencial para garantir um ambiente competitivo e sustentável. Nesse cenário, conhecer os entraves e as oportunidades é o primeiro passo para empresas e investidores que desejam atuar de forma segura no mercado energético brasileiro.

Regulamentação das energias renováveis no Brasil, segundo Leonardo Siade Manzan

A regulação das energias renováveis no Brasil é marcada por um conjunto de normas que buscam equilibrar a expansão da geração limpa com a estabilidade do sistema elétrico. Órgãos como a ANEEL desempenham papel central nesse processo, definindo regras para conexão à rede, comercialização e contratos. Entretanto, Leonardo Siade Manzan frisa que a constante atualização normativa exige acompanhamento atento por parte dos agentes do setor, que precisam se adaptar rapidamente a novas exigências técnicas e documentais.

Ademais, a diversidade das fontes (solar, eólica, biomassa, hidrelétrica de pequeno porte) implica regulamentações específicas, que variam em função da tecnologia utilizada e da escala do empreendimento. Esse mosaico normativo, embora necessário para abarcar as particularidades de cada fonte, acaba tornando o processo mais burocrático e desafiador para novos investidores. Projetos de micro e minigeração, por exemplo, podem enfrentar exigências distintas de grandes empreendimentos, gerando custos adicionais e atrasos.

Impactos tributários no setor de energias renováveis

O arcabouço tributário aplicado às energias renováveis é igualmente complexo. De acordo com Leonardo Siade Manzan, tributos como ICMS, PIS e COFINS ainda representam um desafio para a competitividade das fontes limpas, sobretudo em razão de interpretações divergentes entre estados e União. A ausência de uniformidade na tributação pode gerar insegurança jurídica e afetar a viabilidade econômica de projetos, especialmente os de menor porte.

Outro ponto de atenção é a aplicação de incentivos fiscais. Embora existam benefícios voltados à promoção das energias renováveis, a falta de clareza nas regras e a dificuldade no acesso a esses incentivos acabam limitando seu alcance. Empresas precisam estar atentas para aproveitar oportunidades sem correr riscos de autuações por interpretações equivocadas. O impacto fiscal também influencia diretamente a precificação da energia, afetando a atratividade de contratos de longo prazo e a competitividade no mercado livre.

Entenda com Leonardo Siade Manzan como superar barreiras jurídicas para expandir as energias limpas.
Entenda com Leonardo Siade Manzan como superar barreiras jurídicas para expandir as energias limpas.

Desafios de conexão e infraestrutura

A expansão das energias renováveis exige investimentos consideráveis em infraestrutura para integração ao sistema elétrico. A conexão à rede, em especial, é um dos principais gargalos para novos empreendimentos. Processos de licenciamento, exigências técnicas e disputas regulatórias podem atrasar projetos e aumentar custos, comprometendo prazos de entrega e retorno do investimento.

Em adição a isso, a intermitência de fontes como solar e eólica demanda soluções de armazenamento e gerenciamento inteligente da rede, que ainda carecem de regulamentação mais precisa. A ausência de clareza nesse campo pode gerar incertezas contratuais e tributárias para empresas que desejam investir em tecnologias de suporte, como baterias de grande porte e sistemas híbridos de geração. A falta de padronização nas regras de compensação de energia também é um entrave recorrente, impactando diretamente o planejamento de expansão de usinas.

Meios para uma integração mais eficiente

Conforme destaca Leonardo Siade Manzan, a busca por um ambiente regulatório e tributário mais previsível é fundamental para atrair investimentos e ampliar a participação das renováveis na matriz energética. A harmonização de regras entre estados, a simplificação de processos e a oferta de incentivos claros e estáveis podem reduzir barreiras e acelerar o desenvolvimento do setor.

Outro aspecto relevante é a cooperação entre órgãos reguladores, investidores e operadores do sistema. O diálogo constante favorece ajustes normativos que equilibram segurança jurídica, inovação tecnológica e viabilidade econômica. Além disso, o avanço da reforma tributária pode trazer oportunidades para corrigir distorções históricas na tributação do setor, desde que sejam estabelecidos mecanismos que preservem a competitividade das fontes limpas.

Por isso, com políticas bem estruturadas, marcos regulatórios claros e incentivos fiscais eficientes, o Brasil tem potencial para se consolidar como líder regional em energias renováveis. A integração equilibrada entre segurança jurídica e inovação tecnológica é a chave para transformar desafios em oportunidades e garantir que a transição energética seja, de fato, sustentável e economicamente viável.

Autor: Rollang Barros Tenis

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