Venda de armas 3D se espalha pela internet: risco crescente no Brasil
A tecnologia da impressão 3D, que outrora parecia uma ferramenta revolucionária para a fabricação de objetos complexos e personalizados, tem sido utilizada para criar armas de fogo artesanais não rastreáveis. Esta prática tem se espalhado rapidamente pela internet, gerando um risco crescente no Brasil e em todo o mundo.
As armas impressas em 3D são frequentemente descritas como uma espécie de armas fantasmas, que não podem ser rastreadas. Elas podem ser montadas com uma impressora 3D, usando moldes disponíveis para download e alguns materiais básicos. Projetada para burlar as leis de controle de armas, esta tecnologia avançou rapidamente na última década. Os modelos mais recentes podem disparar diversas rajadas sem quebrar seus componentes de plástico.
Nick Suplina, da organização americana de controle de armas Everytown, afirma que as armas 3D podem se tornar o padrão para o planejamento de atos violentos. “Os materiais ficaram melhores, o custo caiu e a facilidade de acesso a esses moldes é muito grande”, disse Suplina à BBC. Esta afirmação não é sem fundamento, pois armas 3D já foram recuperadas em diversos crimes recentes, como uma arma parcialmente impressa em 3D, supostamente utilizada no assassinato do executivo-chefe da seguradora de saúde americana United Healthcare, Brian Thompson.
No Brasil, a venda e produção de armas 3D são ilegais e estão sujeitas às leis de controle de armas. No entanto, a facilidade com que essas armas podem ser criadas e compartilhadas pela internet pode tornar difícil para as autoridades detectar e prender os responsáveis por esses crimes. Além disso, o fato de as armas 3D não serem rastreáveis pode tornar mais difícil para as autoridades investigarem e prendermos os culpados. É importante que os governos e as autoridades trabalhem juntos para combater a venda e produção ilegais de armas 3D e garantir a segurança da população.